E tem gente classificando como vandalismo o fogo ateado em pedágios no Estado de São Paulo. Vandalismo, cara pálida? Vandalismo? Vandalismo é uma empresa, junto ao governo (que deveria representar o povo), cercear seu direito de ir e vir (que é Constitucional). Baderna é a chacota feita com a cara de todos nós quando só temos o direito de nos locomover mediante pagamento! Quando só podemos viajar, visitar amigos, parentes, enfermos etc, se tivermos como PAGAR o ticket numa cancela impeditiva de direitos.
O PEDÁGIO É VANDALISMO! O PEDÁGIO É BADERNA! O PEDÁGIO É ATEAR FOGO NA NOSSA DIGNIDADE, NO NOSSO DIREITO, NA NOSSA LIBERDADE!
Infelizmente, nesse mundo da ganância, a liberdade tem valor de mercado!
Espaço para discussões sobre política, economia, sociedade e cultura. Também para divagações e textos diversos.
quinta-feira, 4 de julho de 2013
sábado, 23 de março de 2013
Eu tenho um sonho
Nestes
últimos dias assistimos a mais uma prova de que a utopia de um mundo melhor,
mais justo e humano, desintegra-se em meio às raízes podres fincadas no solo
lamacento da nossa vida social e política. O ranço de ignorâncias presente em
figuras poderosas e nações autoritárias remete-nos às idéias do filósofo
iluminista Rousseau, que atestam a corrupção da moralidade humana no momento em
que os homens passaram a viver em sociedade. "Homo homini lupus" (o homem é o
lobo do homem), já proferiu Hobbes certa vez. Contudo, Voltaire não nos deixa
esquecer: foram os homens que corromperam a natureza, pois eles não nasceram
lobos, tornaram-se lobos! Agora pergunto: a nova situação geopolítica mundial,
na qual Coréia do Norte e EUA ameaçam o mundo com uma guerra nuclear, não
celebra a estupidez humana, como já ironizou há tempos o gênio Renato Russo? E
mais, Obama, Berlusconi, Cameron, Kim jong-Un etc, são ou não lobos em pele de lobos?
Os vários exemplos de sandices como
torturas, ameaças, racismos, intolerâncias e genocídios ocorridos no cumulativo
processo histórico não desapareceram e, agora, emergem num vórtice de relações
de poder inconsequentes e egoístas. Se uns entram para a história por seus atos
memoráveis, outros com certeza serão eternizados pelos seus atos deploráveis;
as mazelas enraizadas no imaginário coletivo pelas consequências de suas
tolices habitarão os sonhos mais horrendos de gerações futuras. Como podemos
ainda aceitar tais bizarrices no comando do poder mundial? E pior: o norte-americano,
entrincheirado no seu fundamentalismo “democrático”, ceifa vidas de crianças
mundialmente, quando não pela violência direta, pela violência econômica,
social e cultural, sugando-lhes o fio de vida que ainda resta, ao sepultar-lhes
a esperança de um futuro justo!
Desacreditar nesse futuro é aceitar
que a justiça social é pura utopia. Ledo engano: não apenas a social, como a
econômica, a política e a cultural são possíveis. Não se trata aqui de
ufanismos como o de “ame a humanidade”, pois isto não é uma tarefa árdua. O que
é a humanidade, afinal? É fácil ter compaixão por uma criança angolana que
agoniza de fome ao mesmo tempo em que é devorada por uma ave carniceira. Mas o
que podemos fazer não é mesmo? Ela está tão longe. Mas é claro que todos se
compadecem de seu sofrimento. Como diz uma frase de Henry Fonda, e que deveria
incomodar a todos, “É fácil amar a humanidade; difícil é amar o próximo”.
Se a humanidade quer ter um futuro
reconhecível, não pode ser pelo prolongamento do passado ou do presente. Se
tentarmos construir o terceiro milênio nestas bases, vamos fracassar, e o preço
do fracasso será a escuridão! Neste momento lembro-me de um lindo discurso de
Martin Luther King, levado a cabo em 1963, que apesar de tratar do racismo,
poderia ser pensado em todas as esferas citadas, e que dizia mais ou menos o
seguinte: “Eu tenho um sonho. O sonho de que um dia o homem não seja julgado
pela cor de sua pele, mas pela nobreza de seu caráter...”. Nem por sua opção
sexual, religiosa ou política... Quimeras... (?!)
sábado, 9 de março de 2013
Novo artigo em livro!
Pessoal, acaba de ser lançado o livro Entre tipos e recortes: histórias da imprensa integralista, volume 2, no qual contribui com o primeiro capítulo intitulado "As capas da revista Anauê! (1935-1937): ideologia, doutrina e política através das imagens". Boa leitura.
Um desserviço à informação e ao serviço público no jornal Voz da Terra
Hoje ao me
deter num artigo publicado no jornal Voz da Terra (09/03/13, p. 02), de
Assis-SP, deparo-me com um texto superficial, puramente retórico, reprodutor de
bizarrices e lendas das mais perniciosas incrustadas na sociedade brasileira. O
jornalista ataca o funcionalismo público com base em argumentos descabidos,
incorretos e, no mínimo inocentes. Vale-se de dados e números facilmente
contestáveis, obviamente manipulados e, pretensamente, imparciais.
Primeiramente,
a afirmação de que a Previdência Social brasileira é deficitária configura-se
em ato de desinformação grave ou, espero que não seja o caso, de má fé. A
Previdência Brasileira é superavitária, como já provaram renomados economistas
brasileiros, como Laura Tavares Soares (UFRJ), Wilson Cano (UNICAMP) e Denise
Gentil (UFRJ), entre outros tantos. Os três são categóricos em afirmar que a
Previdência é superavitária, já que inúmeras receitas não são contabilizadas para
a conta apresentada pelo governo. Outro fator, evidenciado por Cano, é a
demonização do funcionalismo público nas contas da Previdência, quando grande
parte do “déficit” vem do setor privado, o INSS, que nada tem a ver com o setor
público.
Não
cabe expor em detalhes a tese dos economistas por excesso de espaço que
ocuparia. Cabe dizer que aos interessados no assunto, procurem os trabalhos
desses e outros economistas. No entanto, não se pode deixar de apontar algumas inconsistências
no texto do jornalista. Primeiro, a afirmação de que a Grécia quebrou, em
grande parte, em razão dos gastos públicos. Será mesmo que o jornalista não
conhece a situação de submissão e precariedade com a qual o país entrou na
união europeia, sendo constantemente vilipendiado economicamente na guerra
selvagem da economia neoliberal? Será? Independente da resposta, não deixa de
ser preocupante...
Depois,
alega, EQUIVOCADAMENTE, que os proventos dos aposentados públicos são integrais
em relação ao último salário. Isso depende de cada Estado e do serviço Federal,
com regras específicas. No que tange ao Estado de São Paulo, já houve uma
manobra há anos, do governo do PSDB, que criou um ornitorrinco trabalhista,
cujo funcionário “público” é regido pela CLT. No serviço público federal, há
muitos anos a aposentadoria não é integral. Até o corrente ano, se tratava de
80% da média dos salários. E a partir de 2013, o teto é o mesmo do INSS. Porém,
o jornalista pouco informado não explicou que o servidor público, mesmo depois
de aposentado, continua contribuindo com a Previdência, o que, naturalmente,
impediria que houvesse déficit. O aposentado contribui com uma aposentadoria
que não receberá. Ele é tributado em sua aposentadoria para o regime de
aposentaria. Caro jornalista, caso o senhor não saiba, muitos advogados
renomados já classificaram esse desconto como CONFISCO por parte do governo, ou
seja, algo no mínimo compulsório.
Para
finalizar o referido profissional da “informação” aponta suas flechas para os
professores. Sim, para os professores! Pega alguns casos esporádicos e
generaliza como se fosse a rotina. Manipula, desinforma e prejudica a
politização correta do seu público. Tantos absurdos por aí e o jornalista
escolheu o servidor público para pagar a penitência, o único que deveria ser
defendido, dado o trabalho mal remunerado e bastante cobrado, sob condições
estruturais das mais precarizadas. Ah, e não esqueçamos, o servidor público não
tem fundo de garantia, e continua não tendo, mesmo com sua aposentadoria
anexada ao teto do INSS e em alguns Estados regido pela CLT. Quem será que está
em condições de risco no sistema trabalhista, heim?
Pergunto
a ele: o caminho é privatizar a segurança, a saúde e a educação, portanto? Você
arcará com as despesas da imensa maioria da população que não pode pagar por
esses serviços? Só no Brasil, hoje, temos 42 milhões de pessoas abaixo da linha
da pobreza, ou seja, miseráveis. O que fazemos com eles? Os abandonamos à
própria sorte?
Pois, bem, no limite, concordo com
um ponto colocado por ele no seu texto: está mais do que na hora de se fazer
uma discussão SÉRIA acerca do funcionalismo público nacional. Comecemos
boicotando jornais e jornalistas que não sigam tal recomendação!
terça-feira, 29 de janeiro de 2013
ELUCUBRAÇÕES DE UM ANIVERSARIANTE TRINTÃO
Hoje completo
31 anos. Pois é, TRINTA E UM anos. O aniversário é uma coisa muito estranha. Desde
que somos crianças aprendemos que temos que comemorar e festejar o tempo
passando. Não sei, quanto mais aniversários passam, mais se aproxima o fim da
vida (para não dizer morte. Não gosto dessa palavra), e por isso sempre achei
estranho cantar o “parabéns”.
O tempo
passando é a inexorável força da natureza, que nos conduz à revelia de nossa
vontade. Você pode parar todos os relógios, ignorar a noite e o dia, fingir que
não existem os meses e anos, mas não adianta, ele está lá: o tempo. E não parado!
Ele é metódico, caminha com passos nem largos e nem curtos, sempre na mesma
velocidade, pois ele não precisa correr. Sempre atingirá seu objetivo.
Como ainda
faço parte dessa sociedade ufanista, rendo-me a certos caprichos padronizados,
por isso farei um churrasco (com cerveja, para encher de frescor dourado meu
interior) com familiares e alguns amigos, para “comemorar” 31 anos passados de
minha vida.
Quando eu era
criança, a festa era de salgadinhos, docinhos e refrigerante, e eu até gostava,
pois ganhava presentes à beça (pois é, já fui capitalista – será que não sou
mais?). Eu não gastava nada e pensava que tudo acontecia de graça. Hoje “comemoro”
31 anos, não ganharei presentes como antes, não terá docinhos e a festa é por
minha conta. Estranho, não? Comemorar algo que ainda não tenho certeza que é
bom e ainda tirar dinheiro do bolso para isso. Não que eu seja doente pelo
dinheiro, mas para quem pouco tem...
Desculpe me
repetir, mas estranho. Hoje o aniversário terá muitas das mesmas pessoas da infância
e outros novos. Mas não dá para comemorar. A cada ano vejo meu pai mais velho
(velho mesmo, e ele sabe disso, não me venham com essa coisa de “a melhor idade”),
mais cansado, mais debilitado, com mais dores, com mais pelos e cabelos
brancos, e com menos saúde. Minha mãe a mesma coisa. Mas eles ainda estão lá,
dispostos a comemorar o aniversário dos filhos (no plural porque tenho uma irmã
gêmea, a Priscila). Quiçá por isso valha a pena estar presente no meu aniversário.
Para ver meus pais, embora não viçosos como anos atrás, mas com o mesmo amor.
Olho para trás
e vejo já uma história de vida, uma lógica (?), um caminho traçado. Ela poderia
ser diferente? Sim! Poderia ser melhor? Sim! Mas também poderia ser pior. Sou resultado
das escolhas que fiz, muitas delas acertadas, outras tantas equivocadas, e
algumas absurdas. Mas as fiz, não tem como voltar atrás. Tem como mudar daqui
para frente, mas o que foi escrito no tempo não se apaga. É como se tivesse
sido gravado a ferro quente em nossa pele.
Muitas pessoas
passaram pela minha vida. Umas ficaram na memória, outras se perderam em algum
lugar no passado. Poucas marcaram de verdade. Dessas últimas sinto muita falta.
Outros sujeitos dessa história se foram. Abandonaram a vida.
As que
chegaram a certo momento da minha jornada e ainda fazem parte dela também têm
papel importante, afinal, amizade, amor, paixão, carinho, cumplicidade,
proximidade são elementos de apreciação. Obvio que esses sentimentos são
transitórios, inconstantes, passam por tempestades violentas, muitos racham,
outros quebram sem conserto. Mas estão lá, conduzidos por pessoas que também
possuem suas próprias histórias e caminham, como a mim, para o final.
Pois é, 31
anos! Daqui a pouco estarei presente na casa dos meus pais para não comemorar
meu aniversário. Decidi! Não tem porque fazer isso. Não louvarei meu cabelo
caindo, as rugas chegando, o vigor da juventude me abandonando. Ah, ela, a
juventude! Ainda que eu a agarre com toda força, escapa-me entre os dedos. É como
segurar água. Não consigo retê-la. Tento acumular um pouquinho na palma da mão,
mas sei que minhas mãos vão cansar e derrubá-la, ou senão ela vai evaporar. Ela
está partindo, pouco a pouco, dia a dia, minuto a minuto, aniversário a
aniversário...
Agora tenho
que tomar banho preparar a carne e me certificar se a cerveja está gelada. Afinal,
se o tempo não para, como dizia Cazuza, vou continuar minha caminhada nessa
jornada que já sei o fim. "PARABÉNS!"
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