BOLIVARIANO!
Que? Hein? Credo!!! Este termo tornou-se herético nos últimos tempos, graças à
inescrupulosa grande imprensa brasileira e a pseudofilósofos sem estofo
intelectual, mas com retórica suficiente para angariar seguidores apaixonados
(como toda paixão, irracional).
Poucos sequer
sabem o que significa o termo, menos ainda procuraram entender o sentido
histórico dele. Mas reproduzem um ódio insano, inexplicável, contra qualquer um
que ouse falar em bolivarianismo. Estes, certamente, estão embriagados pelas
belas soluções ofertadas pela Europa ou pelos EUA. Estes veem as soluções lá
fora, e não aqui dentro. Eles sentem vergonha de sua origem latino-americana,
ansiando por um pouco de europeização em terras de índios. Isso já ocorreu
alguns séculos atrás! Os habitantes daqui foram torturados, escravizados e
exterminados.
Talvez
Sardenbergs, Leitões, Constantinos e Olavos sejam mais interessantes, para estes,
do que Martí, Bolívar e Guevara. Talvez o “mérito” valha mais que a
“solidariedade”. O acúmulo mais que o compartir. O “eu” mais que o “nós”. Mas
certamente eles não sabem, ou sabem e ignoram, que a Europa está falida. Que
nos magnânimos EUA a cada ano cresce o número de miseráveis. E PIOR, sequer
levam em conta que, enquanto isso, as nações da América Latina que nos últimos
20 anos foram geridas por governos progressistas, diminuíram vertiginosamente a
miséria e as desigualdades. Que as nações mais ricas do mundo, há algumas
décadas, ganhavam 70 vezes mais do que as mais pobres e hoje isso diminuiu para
apenas 10 vezes mais! E a América Latina tem papel preponderante nessas
mudanças.
Estes que
idolatram esses modelos externos, falidos, esses que viram as costas para os
seus para se deslumbrarem com os ways of
life que nunca poderão ter, obviamente não aprenderam nada com os índios
que compartilhavam tudo uns com os outros, que não acumulavam para não se
diferenciarem dos iguais. Não, esses preferem o individualismo e o acúmulo, nem
que sejam às custas dos outros, da miséria e da dor alheia.
“Ah, mas os
EUA é a terra das oportunidades”! É? Para quem? E a que custo? Os EUA se
construíram e se mantêm às custas da extorsão do mundo. Se este é o modelo a ser
seguido, desculpem-me, mas sou bolivariano. Se a desigualdade naturalizada na
infame e distorcida meritocracia é a forma adequada de convívio, desculpem, mas
sou bolivariano.
Sou
bolivariano porque isso significa pensar em uma grande nação latino-americana
(o que não significa acabar com os países), baseada no auxílio mútuo, no
desenvolvimento coletivo e não individual, na luta contra a pobreza e a fome.
Sou bolivariano porque Bolívar nos ensinou a amar uns aos outros, a enxergar
nossos valores e raízes, e a ver outras possibilidades exógenas às ofertadas
pelo império! Sou bolivariano porque sou latino-americano e não me comporto
como um porco ganancioso que, em público fala em justiça, em pobres, em Cristo
etc, mas na prática só pensa em si. Como dizia Henry Fonda, é muito fácil amar
a humanidade, difícil é amar o próximo. Ame o próximo e seja bolivariano você
também!