domingo, 26 de julho de 2015

Bolivariano? Cruzes!

BOLIVARIANO! Que? Hein? Credo!!! Este termo tornou-se herético nos últimos tempos, graças à inescrupulosa grande imprensa brasileira e a pseudofilósofos sem estofo intelectual, mas com retórica suficiente para angariar seguidores apaixonados (como toda paixão, irracional).
Poucos sequer sabem o que significa o termo, menos ainda procuraram entender o sentido histórico dele. Mas reproduzem um ódio insano, inexplicável, contra qualquer um que ouse falar em bolivarianismo. Estes, certamente, estão embriagados pelas belas soluções ofertadas pela Europa ou pelos EUA. Estes veem as soluções lá fora, e não aqui dentro. Eles sentem vergonha de sua origem latino-americana, ansiando por um pouco de europeização em terras de índios. Isso já ocorreu alguns séculos atrás! Os habitantes daqui foram torturados, escravizados e exterminados.
Talvez Sardenbergs, Leitões, Constantinos e Olavos sejam mais interessantes, para estes, do que Martí, Bolívar e Guevara. Talvez o “mérito” valha mais que a “solidariedade”. O acúmulo mais que o compartir. O “eu” mais que o “nós”. Mas certamente eles não sabem, ou sabem e ignoram, que a Europa está falida. Que nos magnânimos EUA a cada ano cresce o número de miseráveis. E PIOR, sequer levam em conta que, enquanto isso, as nações da América Latina que nos últimos 20 anos foram geridas por governos progressistas, diminuíram vertiginosamente a miséria e as desigualdades. Que as nações mais ricas do mundo, há algumas décadas, ganhavam 70 vezes mais do que as mais pobres e hoje isso diminuiu para apenas 10 vezes mais! E a América Latina tem papel preponderante nessas mudanças.
Estes que idolatram esses modelos externos, falidos, esses que viram as costas para os seus para se deslumbrarem com os ways of life que nunca poderão ter, obviamente não aprenderam nada com os índios que compartilhavam tudo uns com os outros, que não acumulavam para não se diferenciarem dos iguais. Não, esses preferem o individualismo e o acúmulo, nem que sejam às custas dos outros, da miséria e da dor alheia.
“Ah, mas os EUA é a terra das oportunidades”! É? Para quem? E a que custo? Os EUA se construíram e se mantêm às custas da extorsão do mundo. Se este é o modelo a ser seguido, desculpem-me, mas sou bolivariano. Se a desigualdade naturalizada na infame e distorcida meritocracia é a forma adequada de convívio, desculpem, mas sou bolivariano.

Sou bolivariano porque isso significa pensar em uma grande nação latino-americana (o que não significa acabar com os países), baseada no auxílio mútuo, no desenvolvimento coletivo e não individual, na luta contra a pobreza e a fome. Sou bolivariano porque Bolívar nos ensinou a amar uns aos outros, a enxergar nossos valores e raízes, e a ver outras possibilidades exógenas às ofertadas pelo império! Sou bolivariano porque sou latino-americano e não me comporto como um porco ganancioso que, em público fala em justiça, em pobres, em Cristo etc, mas na prática só pensa em si. Como dizia Henry Fonda, é muito fácil amar a humanidade, difícil é amar o próximo. Ame o próximo e seja bolivariano você também!